domingo, 23 de maio de 2010

Duchas e Jatos


Spas, Balneários e Centros de Hidroterapia aproveitam os benefícios do efeito mecânico da água por meio de sofisticadas técnicas crenoterápicas com pressão: duchas e jatos. A água é direcionada à várias áreas do corpo com temperatura e pressão variadas (de 1 à 12 atm) de acordo com o propósito terapêutico. Quanto mais potente o jato e mais estreitos os orifícios por onde sai a água, maior o estímulo para a pele, circulação e órgãos internos.

Jato escocês (Scotch Hose ou Jet Blitz) 
Durante a sessão de jato escocês o terapêuta fica a uma distância de 4 metros de quem recebe a técnica, direcionando um jato de água quente, fria ou alternada em alta pressão ao corpo. Este tipo de jato estimula as circulações sanguínea e linfática e também os órgãos internos.  É uma técnica popular para emagrecimento, tratamentos anti-celulite e anti-estresse. Utilizada ainda para enxaguar as lamas e argilas quando empregadas. Aplicações de água fria são indicadas, sobretudo, para pós treinos e exercícios físicos, durante intervalos de competições esportivas e provas de resistência. Já as aplicações com água quente são úteis para estimular o metabolismo e melhorar as funções imunológicas. São praticadas, com êxito, em tratamentos de artrites, lombalgia crônica, menstruações irregulares, tensões musculares e problemas leves de circulação sanguínea. É contra-indicada para pessoas com problemas cardíacos, pressão alta, inflamações e veias varicosas.

Ducha Vicky
Quem recebe a técnica deita de bruços em uma maca enquanto a água sai de cinco ou mais chuveiros direcionados ao corpo. A temperatura da água é constantemente morna ou pode alternar-se com água fria. Uma suave pressão de água caindo em todo o corpo é extremamente relaxante e sedativo enquanto pressões maiores estimulam e tonificam. Como complemento o corpo pode ser escovado com uma escova de cerdas macias para aumentar a circulação periférica. Inicialmente criada para pacientes paraplégicos, é utilizada para tratar fadiga, congestão linfática e hipertensão leve. Contra-indicada em casos de edemas linfáticos, lesões abertas na pele, instabilidade vascular e gravidez.

 


Ducha Suíça
A ducha suíça tem nove ou mais válvulas de jatos que jorram água acima da cabeça e nas laterais do corpo. Podem ser realizadas antes ou depois de esfregar e esfoliar o corpo, envoltórios ou massagens. É indicada para insônia, estresse e tensão. Útil no tratamentos de dores crônicas de coluna. Não deve ser utilizada por aqueles que apresentam quadros de tromboses, problemas cardio-vasculares e desordens venosas.

Ducha de Afusão
Consite em uma ducha em posição horizontal e decúbito prono (barriga para baixo) como na Ducha Vicky combinada à ação do toque terapêutico. Durante a sessão as duchas são direcionadas com pressão suave enquanto o terapeuta executa movimentos de effleurage (deslizamentos) geralmente utilizando óleos essenciais.

Classificação das duchas conforme forma de emissão da água:
Ducha de Chuva
Os orifícios por onde sai a água devem ter 1 milímetro de diâmetro, o que faz com que a pressão de saída da água produza sensação parecida com a de um chuvisco. É aplicada por 5 minutos com temperatura morna ou quente.

Ducha Filiforme
Os orifícios da ducha devem ser de 0,5mm de diâmetro, o que aumenta a pressão de saída da água. A duração recomendada é de 4 a 5 minutos de aplicação da água à zona que se pretende tratar. A temperatura da água deve ser quente.

Ducha Circular
Neste caso se recebe água por várias duchas ao mesmo tempo. Se regula a pressão e temperatura proporcionando uma massagem superficial dos pés à cabeça. Este tipo de ducha esta especialmente indicado para má circulação e também como auxiliar em tratamentos de emagrecimento.

A pronta disponibilidade da água possibilita que nos beneficiemos de suas propriedades mesmo estando em casa. Estas valiosas ferramentas de hidroterapia nos ajudam a cuidar de nossos corpos de maneira prazerosa. Pode ser tomando uma ducha fria estimulante de manhã ou um banho quente relaxante após um dia de trabalho, você escolhe!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Prevenção da Obesidade Infantil


A obesidade infantil vem aumentando de forma significativa e determina inúmeros desequilíbrios, não só na infância, mas também na vida adulta. É reconhecida, ainda, como um dos maiores problemas de saúde das sociedades modernas civilizadas.

A obesidade é uma enfermidade crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de energia em forma de gordura, resultante de uma ingestão energética/calórica acima da gasta pelo organismo, em uma dimensão tal que compromete a saúde. Caracteriza-se ainda por um desequilíbrio complexo e multifatorial, que compreende fatores fisiológicos: genéticos, endócrinos e metabólicos, fatores ambientais: culturais, sociais e familiares, além de fatores psicológicos, comportamentais.

Existe uma clara tendência entre os membros de uma mesma família apresentarem condições de massa corporal semelhantes, o que, sem dúvida, sugere uma ligação genética de predisposição a obesidade. Todavia, este não é o fator determinante, destacando-se os fatores externos, principalmente no que se refere ao estilo de vida (que incluem hábitos alimentares, pratica de atividades físicas, auto-cuidado, etc) compratilhados pela família, como decisivos. Contata-se a forte influência do entorno familiar no desenvolvimento da obesidade infantil.

O impacto psicológico que a obesidade tem em crianças e adolescentes também é muito significativo, pois pode ser determinante no aparecimento de perturbações que afetem esses indivíduos por toda a vida, dessa forma, deve ser seriamente considerado.

A persistência desta condição de saúde até a idade adulta aumenta significativamente os riscos de diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, entre outras.

Portanto, o tratamento da obesidade antes da idade adulta é de extrema importância, pois os hábitos e estilo de vida da criança estão sendo construídos, dessa forma, são mais fáceis de transformar. Por isto, ressalta-se a relevância da adoção de medidas preventivas, simples, sem potenciais efeitos adversos e de baixo custo.

Neste contexto, a Naturologia, que se trata do uso de diversas técnicas que utilizam os recursos naturais na manutenção e promoção da saúde, além de possuir um forte caráter educativo e de conscientização, poderia ser amplamente empregada, complementando tratamentos convencionais, participando de equipes profissionais envolvidas em uma abordagem integral de cuidado.

Algumas terapias que poderiam oferecer benefícios em um programa de prevenção da obesidade infantil:

Sistemas Florais
Reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde, os Sistemas Florais, que consistem em extratos líquidos sutis de flores silvestres, altamente diluídos, poderiam atuar no aspecto emocional que a obesidade envolve.

Hidroterapia
Terapia que se destaca como potencial para o tratamento e acompanhamento da obesidade. A Hidroterapia se se vale do valor terapêutico da água para o reequilíbrio de inúmeros transtornos e confere à terapia aquática tanto suporte psicológico para o desenvolvimento saudável da criança, quanto aumento de sua consciência corporal, por ação das propriedades da água.

Arte Terapia
Ainda com a contribuição de terapias relacionadas à Naturologia, o entendimento da arte como expressões do inconsciente, poderia compreender um instrumento de diagnose e tratamento, visto que crianças, por não possuírem a mesma capacidade verbal e cognitiva de um adulto, poderiam expressar de forma subjetiva suas emoções e impressões com maior facilidade através de meios lúdicos como o desenho, liberando tensões e traumas contidos.

Ações Educativas
Além da abordagem terapêutica acima descrita, um programa efetivo de prevenção deve contar com ações educativas apoiadas na divulgação de informações e orientações que envolvam a criança e sua família por meio de uma abordagem que combine educação em saúde e apoio integral.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Watsu®

Combinação de duas palavras: water (água) e shiatsu (terapia tradicional chinesa de reequilíbrio físico e energético do corpo), foi desenvolvida em 1980 pelo professor norte-americano Harold Dull que, brilhantemente, uniu os benefícios do shiatsu aos da água aquecida.

Durante uma sessão de watsu, realizada em água a 36°C, quem recebe a técnica flutua suavemente por cerca de uma hora com o apoio do terapeuta que o balança, embala e estica, enquanto a coluna é liberada de tensões. A cabeça é mantida acima da água. Olhos fechados e ouvidos submersos.  Os ritmos cardíaco e respiratório se sobressaem gerando uma experiência de interiorização.

O Watsu® é um trabalho corporal aquático, realizado em duplas, que promove relaxamento, aumento da flexibilidade e regulação do tônus muscular, e a completa sensação de bem-estar: não somente físico, mas também mental e emocional.

Em seu livro sobre a técnica, Harold Dull afirma:

“A água aquecida é o meio físico ideal para libertar o corpo. Flutuar, respirar levemente, deixar o suave calor penetrar no corpo, dissolvendo tensões. Alongar-se delicadamente junto com o parceiro numa dança espontânea, em um fluxo contínuo de contato e unidade. Fluir para estados de relaxamento mais e mais profundos, encontrando paz e plenitude em níveis de consciência em que tensões e traumas não encontrem mais lugar”. (DULL, 1997)

Sessões de watsu ajudam a amenizar estados de estresse e ansiedade. Emoções reprimidas também podem surgir. De qualquer forma, o profissional não interromperá a sessão para perguntar sobre detalhes ou pedirá para recordar traumas do passado.
 
É uma terapia apropriada para gestantes, crianças, portadores de deficiência física e mental. Indicada ainda para disfunções musculares e articulares (sobretudo fibriomialgia e dores crônicas), dependências, fobias, entre muitas outras condições.
 
Curiosidade: O watsu é uma marca registrada por Harold Dull, por isso deve-se utilizar o símbolo ®.

Para quem quiser mais informações, os sites http://www.watsubrasil.com/ e http://www.watsu.com/ são os oficiais.

sábado, 8 de maio de 2010

Shantala

“A massagem dos bebês é uma arte tão antiga quanto profunda.
Simples, mas difícil.
Difícil por ser simples.
Como tudo o que é profundo.”
(Frèdèrick Leboyer)

Shantala é uma técnica milenar de massoterapia, originária da Índia, amplamente empregada pelas mães indianas. Esta técnica foi trazida ao Ocidente por Frèdèrick Leboyer, obstetra francês que, no ano de 1974, popularizou técnicas mais gentis de nascimento com a publicação de seu livro "Pour Une Naissance Sans Violence", publicada em português com o título “Nascer Sorrindo” (Editora Brasiliense - 1975).

Leboyer, aclamado internacionalmente como um dos mais influentes obstetras da atualidade, entou em contato com a técnica em uma viagem a Calcutá na década de 1970.

Fascinado ao ver uma jovem paraplégica que massageava e acariciava seu bebê, registrou a técnica como Shantala, nome da jovem mãe. Publicou a sequência completa fotografada em seu segundo livro “Un art traditionnel: Le massage des Enfants” de 1976, editado em Português pela editora Ground.

Seguem as principais considerações mencionadas por Leboyer em seu livro:

AMBIENTE

• A sessão de massagem deve ser realizada em um ambiente suficientemente aquecido para que o bebê não sinta frio. Em dias quentes e ensolarados encoraja-se praticar ao ar livre.
• Local tranquilo em que a mãe possa ficar à vontade com seu bebê.

MATERIAIS

• São utilizados sempre óleos vegetais naturais. Qualquer óleo de origem mineral deve ser rejeitado! Na Índia são comuns os óleos de mostarda e côco. Amêndoas e Calêndula também são excelentes para peles sensíveis como as dos bebês. O óleo deve ser mantido morno num pequeno recipiente, próximo a mãe.
• Utiliza-se também uma toalha estendida sobre as pernas.

CONDIÇÕES

• A massagem, propriamente dita, não deve ser aplicada antes que o bebê complete um mês. Antes disso deve-se tocar o bebê mais do que massageá-lo, simplesmente acariciando, roçando sua pele.
• Dar início com sessões curtas e aumentar o tempo progressivamente, mantendo a prática, pelo menos, nos quatro primeiros meses.
• A massagem pode ser feita de manhã e repetida à tarde, antes do sono.
• O bebê deve estar de estômago vazio, ou seja, a massagem não deve ser feita após a mamada.
• É fundamental que a mulher esteja sentada no chão, mas não em contato direto com o solo. Pernas esticadas, costas eretas, ombros relaxados.

CARACTERÍSTICA DOS MOVIMENTOS

• O ritmo lento e uniforme deve ser mantido do começo ao fim da massagem. É preciso ter muito tato, reunindo delicadeza e vigor no toque.

Assista breve sequência de movimentos realizadas por Shantala em seu bebê Gopal, veiculadas no You Tube pela Pró-Matrix.


Terminada a massagem, é o momento ideal para o banho, completando a sensação de profundo relaxamento. O banho não é indicado somente para retirar o excesso de óleo que tenha ficado sobre a pele: trata-se de bem-estar! A água completa o trabalho e a mãe deve preocupar-se em apenas observar e sustentar o corpo do bebê, permitindo-o flutuar. A água deve estar quente, temperatura corporal ou um pouco mais.

Além de estabelecer o vínculo afetivo e um relacionamento mais harmonioso entre mãe e filho, essa técnica auxilia no desenvolvimento da criança. Melhora a rotina do sono, promove relaxamento, beneficia os Sistemas Imunológico, Locomotor, Cardíaco, Respiratório e Digestivo (atua de forma muito eficaz na eliminação de gazes e ao desaparecimento de cólicas intestinais). Influencia e contribui para o desenvolvimento do comportamento da criança, como defende o autora Ashley Montagu no livro “Tocar, o Significado Humano da Pele” quando diz que o toque é uma necessidade comportamental básica do recém-nascido, que o permitirá desenvolver-se socialmente e manter contato com os outros.

A pele é o primeiro sentido do bebê, responsável pelo seu contato com o mundo externo e é preciso dar atenção a esta pele, nutri-la com muito amor, não com cremes.

Serem levados, embalados, acariciados, pegos, massageados constitui para os bebês, alimentos tão indispensáveis, senão mais, do que vitaminas, sais minerais e proteínas! Palavras de Leboyer.